02 dezembro, 2014

DESAFIOS PARA O NOVO GOVERNO

O novo ano se anuncia e um novo governo se estrutura para conduzir a Bahia por mais um quadriênio com o desafio de elevar o patamar da inclusão social, gerando empregos e ocupações produtivas, ampliando a cobertura social dos trabalhadores, enfim, promovendo o trabalho decente e melhorando a vida dos baianos.

Depois de gerar mais de meio milhão de empregos no estado, em oito anos, correspondendo a mais de um quarto de todo o emprego celetista existente na Bahia; depois de multiplicar a oferta das vagas em cursos de formação profissional e qualificação profissional; depois de reduzir em mais de cinco pontos percentuais a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Salvador (out/2006/set/2014); da redução do trabalho infantil no montante de 185 mil baianos na faixa etária de 5 a 17 anos (PNAD 2013); depois de tudo isto, há ainda muito por ser feito. Como seguir avançando no complexo quadro econômico que se apresenta, é a questão que se apresenta.

Os êxitos neste campo estão associados à adoção de medidas indispensáveis também no plano federal.

Elevar a produtividade do trabalho deve ser uma premissa da política econômica, de modo a promover o crescimento sem provocar desemprego. A retomada da economia, a redução da ociosidade da indústria, a ampliação das exportações precisam estar associadas à melhoria das condições de vida dos brasileiros, através da sua inclusão produtiva.

O debate não é novo. É bom lembrar os efeitos positivos da política de transferência de renda do Bolsa Família, da valorização do salário mínimo, da política de criação de 20 milhões de empregos em dez anos. Estas políticas públicas substituíram a lógica de "aumentar o bolo para depois dividir" e que levou a um crescimento torto, com o aumento da fome e da miséria, que com tanto esforço vem se conseguindo debelar.

A atração de investimentos pressupõe um mercado interno que se fortalece com a renda gerada pelos milhões de empregos, pressupõe também investimentos crescentes em tecnologia e formação da mão de obra. Num quadro de crise e redução das expectativas da OMC sobre o comércio internacional, os produtos inovadores e de maior conteúdo tecnológico tendem a se destacar frente ao desempenho das commodities agrícolas e minerais.

É pois imprescindível apostar, simultaneamente, na formação tecnológica como estratégia chave, aproveitando as receitas obtidas com a exploração do pré-sal, cuja destinação já está prevista para a educação. 

Crescer a economia numa perspectiva inclusiva é o primeiro passo para erradicar o trabalho infantil e o trabalho escravo, reduzir os acidentes de trabalho, gerar emprego para a nossa juventude, reduzir as desigualdades no trabalho, dívidas sociais que precisam ser equacionadas.