28 outubro, 2025

Socialismo chinês e a força dos planos quinquenais no desenvolvimento nacional

 Com metas seculares e resultados consistentes, a China mostra que planejar com visão socialista é construir o futuro com soberania e continuidade

O 20º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) realizou sua quarta sessão plenária em Pequim, entre os dias 20 e 23 de outubro de 2025. Foto: Xinhua/Ding Haitao

O SOCIALISMO COM CARACTERÍSTICAS CHINESAS: O PAPEL DOS PLANOS QUINQUENAIS

O Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCH) esteve reunido entre 20 e 23 de outubro para avaliar as principais conquistas de desenvolvimento do país durante o período do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) e deliberar sobre a formulação do 15º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Econômico e Social. A partir de seis princípios orientadores, o debate e o detalhamento das propostas seguem num processo que culminará com a deliberação final das chamadas “Duas Sessões” – as reuniões anuais do Congresso Nacional do Povo (CNP) e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), previstas para março de 2026. 

 Planejamento Chinês: Da CCPPC ao Novo Plano Quinquenal 

O processo de elaboração dos planos resulta de análises e proposições coordenadas pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), que consolida sugestões com base em contribuições de ministérios, especialistas, empresas e governos locais, além de consultas abertas ao público. Enquanto a maioria dos países do mundo segue um modo errático de planejamento econômico – fazendo, refazendo e desfazendo o que foi feito antes, ao sabor dos ventos do mercado e dos interesses das elites dominantes, alguns países optam por outro caminho. 

Planejamento estatal e continuidade histórica 

Este caminho alternativo foi aberto pela revolução soviética e na atualidade com características próprias é adotado por Cuba, Laos, Coreia do Norte, Vietnã e China, todos orientados por perspectivas específicas de socialismo. Uma das políticas que os distingue das economias capitalistas é justamente o planejamento centralizado conduzido pelo Estado, com metas quinquenais e estratégias de desenvolvimento de longo prazo.

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24 outubro, 2025

BYD no Brasil: modernização tecnológica e retrocesso trabalhista

 A instalação da primeira fábrica de veículos elétricos da América Latina simboliza avanço tecnológico, mas expõe problemas nas relações de trabalho e tensões com a representação sindical


Presidente Lula na área da linha de montagem de veículos durante a inauguração da fábrica da BYD. Na foto, além do presidente brasileiro, estão o presidente mundial da empresa, Wang Chuanfu, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, trabalhadores, ministros e políticos baianos. Polo Petroquímico de Camaçari (BA), 09/10/2025. Foto: Ricardo Stuckert / PR.

A inauguração da montadora de veículos elétricos BYD na cidade de Camaçari, Bahia, em 9 de outubro de 2025, contou com a participação do presidente Lula, do governador Jerônimo, do prefeito de Camaçari Luís Caetano, do presidente mundial da BYD Wang Chuanfu, além de muitas outras autoridades e representações empresariais. Também se fez presente o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, que já havia apresentado reclamações quanto às relações entre empresa e trabalhadores.
O evento foi saudado pela importância da retomada da indústria automotiva na Bahia, após a saída da Ford, em 2021, e também por ser a primeira fábrica de veículos elétricos da América Latina. A cerimônia foi marcada pelo anúncio da intenção de ampliar a produção para até 600 mil veículos/ano, associada a planos de comercialização no mercado internacional. A nova unidade fabril também é representativa da perspectiva de modernização industrial e de desenvolvimento tecnológico pretendidos pelo governo federal.
A modernização dos processos produtivos e dos produtos industriais, contudo, não tem sido acompanhada pela modernização das relações de trabalho, o que pode representar um importante obstáculo. Se é verdade que os embates são normais nas relações entre trabalhadores e empregadores, é preciso garantir que o espaço para a negociação e o respeito à organização dos trabalhadores sejam mantidos.

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03 outubro, 2025

Tríplice Representatividade e socialismo de mercado na China


Trabalhadoras em fábrica têxtil voltada para mercados internacionais, na província de Shandong, China. Foto: Xinhua/Guo Xulei


No discurso proferido durante o desfile em comemoração dos 80 anos da vitória da resistência chinesa à agressão japonesa e da vitória na Segunda Guerra Mundial, Xi Jinping – presidente da República Popular da China (RPC), secretário-geral do Partido Comunista e presidente da Comissão Militar Central (CMC) – destacou o dever dos chineses de defender o Partido, o marxismo-leninismo, o pensamento Mao Zedong, o pensamento Deng Xiaoping, o conceito de Desenvolvimento Científico e a teoria da Tríplice Representatividade. 

Da Revolução à abertura: etapas do pensamento socialista na China 

Cada uma dessas formulações corresponde a um estágio da elaboração teórica do socialismo na China, a partir de Mao Zedong – “O Grande Timoneiro” líder da revolução, fundador e primeiro presidente da RPC, que conduziu o país na fase inicial da construção socialista, inspirando-se nas ideias do marxismo-leninismo. Deng Xiaoping, embora não tenha sido presidente nem Secretário-Geral do PCCh, exerceu grande liderança entre 1978 e 1993, especialmente como presidente da CMC. Coube a ele formular e implementar a política de Abertura e Reforma, base teórica para o socialismo com características chinesas, e definir como principal tarefa do socialismo o desenvolvimento das forças produtivas.

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