
Módulo do motor utilizado no sistema híbrido da BYD, exibido durante visita técnica à futura fábrica em Camaçari (BA), 02/12/2024. Foto: Thuane Maria/GOVBA.
Essa foi a expectativa com a implantação da Ford em Camaçari (Bahia), no início dos anos 2000, concebida com base no modelo de condomínio industrial, que integrava fornecedores próximos à linha de montagem, privilegiava a produção modular e a coordenação logística para ganhos de eficiência. Duas décadas depois, a chegada da BYD ao mesmo local representa não apenas a substituição de um ator econômico, mas um salto tecnológico e produtivo: a fabricação de veículos elétricos exige o redesenho das cadeias de fornecimento, especialmente no que tange a componentes críticos, como baterias e motores elétricos.
Essas formas de organização da produção tendem a produzir impactos distintos nas regiões em que são implantadas, e o poder público precisa planejar os passos seguintes de maneira a aproveitar todo o potencial. Esse planejamento deve ir além da simples atração de investimentos, buscando integrar essas novas plantas industriais – como no caso da BYD – a uma estratégia nacional de reindustrialização orientada pela transição energética e digital. Isso implica criar mecanismos de cooperação tecnológica, incentivar fornecedores locais em segmentos de eletrônica e software, e articular universidades, centros de pesquisa e instituições de fomento em torno da nova cadeia automotiva elétrica.
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