15 dezembro, 2025

Da Ford à BYD: novo paradigma produtivo reorganiza a cadeia automotiva

Chegada da montadora de carros elétricos chinesa impulsiona mudanças estruturais, redefinindo competências, fornecedores e exigindo novas estratégias de desenvolvimento industrial
Módulo do motor utilizado no sistema híbrido da BYD, exibido durante visita técnica à futura fábrica em Camaçari (BA), 02/12/2024. Foto: Thuane Maria/GOVBA.


Políticas públicas de atração de investimentos normalmente envolvem concessões fiscais, na forma de isenção total ou parcial de tributos, benefícios na aquisição de terrenos para construção de unidades fabris, ações de qualificação profissional e, eventualmente, facilidades no acesso a portos e à estrutura rodoferroviária. A justificativa para oferecer essas vantagens é a expectativa de retorno na forma de impostos, instalação de fornecedores nas proximidades e geração de empregos.
Essa foi a expectativa com a implantação da Ford em Camaçari (Bahia), no início dos anos 2000, concebida com base no modelo de condomínio industrial, que integrava fornecedores próximos à linha de montagem, privilegiava a produção modular e a coordenação logística para ganhos de eficiência. Duas décadas depois, a chegada da BYD ao mesmo local representa não apenas a substituição de um ator econômico, mas um salto tecnológico e produtivo: a fabricação de veículos elétricos exige o redesenho das cadeias de fornecimento, especialmente no que tange a componentes críticos, como baterias e motores elétricos.
Essas formas de organização da produção tendem a produzir impactos distintos nas regiões em que são implantadas, e o poder público precisa planejar os passos seguintes de maneira a aproveitar todo o potencial. Esse planejamento deve ir além da simples atração de investimentos, buscando integrar essas novas plantas industriais – como no caso da BYD – a uma estratégia nacional de reindustrialização orientada pela transição energética e digital. Isso implica criar mecanismos de cooperação tecnológica, incentivar fornecedores locais em segmentos de eletrônica e software, e articular universidades, centros de pesquisa e instituições de fomento em torno da nova cadeia automotiva elétrica.


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